Porque é que os tubarões são importantes?

 

Os tubarões no mar são a garantia de uma vida marinha saudável e equilibrada. Sem tubarões e raias, os corais de recife, verdadeiros berçários subaquáticos, desaparecem e com eles toda a vida marinha, como a conhecemos hoje, desaparecerá para sempre.

 

Nas últimas décadas, as actividade de sobrepesca de tubarões, seja por pesca acessória (bycatch), por corte de barbatanas (finning) ou simplesmente comercial tem gerado diversas preocupações relacionadas com a sua extinção.

Graças a registos fósseis encontrados sabemos hoje que os tubarões existem nos oceanos há mais de 400 milhões de anos.

 

Sendo predadores de topo nas suas respectivas teias alimentares, têm desempenhado desde sempre um papel fundamental na evolução das espécies marinhas. Ainda hoje, as mais de 450 espécies de tubarões identificadas por cientistas regulam os habitats em que se movimentam, capturando e alimentando-se das presas mais fracas e menos saudáveis e, até, de animais mortos.

 

Os tubarões são peixes muito diferentes dos outros, pretencendo à classe dos Contríctios (grupo de predadores altamente desenvolvidos) e à subclasse dos Elasmobrânquios (onde se encontram todos os tubarões e raias), os tubarões possuem um esqueleto cartilagíneo (como a estrutura das nossas orelhas) e têm um crescimento lento, muito mais lento que os peixes de esqueleto ósseo,  que são todos os que comemos como a pescada, garoupa ou sardinha.

 

Sendo realmente predadores muito evoluídos, têm mais tempo de evolução que todos os outros peixes que hoje conhecemos, os tubarões são caracterizados também por uma taxa reprodutiva muito baixa (entre uma única cria nalgumas espécies até pouco mais de 300 noutras) e por uma maturidade sexual reprodutiva tardia nas fêmeas (depois dos 20 anos nalgumas espécies)

 

Por motivos diversos, anualmente são capturados mais de 73 milhões de tubarões. Se as artes de pesca que hoje são utilizadas na pesca comercial de peixes de esqueleto ósseo (não predadores como o bacalhau, o linguado ou o carapau) que se reproduzem nos primeiros anos de vida, são de crescimento rápido e têm normalmente milhões de ovos por postura, actuarem também sobre os tubarões, muito rapidamente constataremos a extinção de muitas destas espécies mais vulneráveis à tecnologia pesqueira.

 

Uma coisa já todos sabemos hoje, os tubarões valem mais vivos que mortos. Sendo actualmente cada vez mais dificil ir mergulhar à procura de tubarões e observa-los no seu habitat natural, a promoção do turismo de mergulho com tubarões  é cada vez mais uma realidade e uma necessidade para a sustentabilidade destas espécies em Portugal. Na Neptuno sabemos que é absolutamente essencial para a vida, não só nos oceanos mas consequentemente em todo o planeta, a preservação e manutenção do equilibrio ecológico que os tubarões hoje ainda garantem nos mares de todo mundo.